6 principais sintomas de problemas hormonais
Os problemas hormonais e desequilíbrio hormonais são muito comuns e podem provocar vários sintomas como excesso de fome, irritabilidade, cansaço excessivo ou insônia.
Alterações hormonais podem gerar várias doenças como diabetes,
hipotireoidismo, síndrome dos ovários policísticos, por exemplo.
Embora este tipo de problemas seja mais comum nas mulheres, devido a
fases normais da vida como menopausa, menstruação ou gravidez, eles
também podem afetar os homens, especialmente após os 50 anos devido à
andropausa.
Além disso, os níveis hormonais podem ainda variar devido aos padrões
de sono, excesso de estresse ou dieta desequilibrada, sendo importante
estar atento a alguns sinais.
1. Dificuldade para pegar no sono
A dificuldade para pegar no sono é mais comum em pessoas muito
estressadas, que sofrem com ansiedade ou são tabagistas. A regulação
do sono depende de diversos hormônios, como a melatonina,
testosterona, hormônios do crescimento (GH) e da tireoide (TSH), por
exemplo, além das próprias alterações fisiológicas do corpo com o
passar da idade.
Assim, quando existe um desequilíbrio hormonal que afete esses
hormônios, a pessoa pode ter mais dificuldade para dormir e pode até
sentir-se mais agitada e ansiosa durante o dia.
O que fazer: é recomendado que a pessoa busque orientação do
endocrinologista para que seja solicitado um exame de sangue para
verificar os níveis de hormônio que se suspeite estar alterado no
sangue e, assim, iniciar o tratamento adequado.
2. Excesso de fome
Os hormônios controlam muitas funções do organismo, sendo que uma
delas é a sensação de fome. Por isso, quando alguns hormônios, como a
grelina, estão mais altos que outros, como a oxintomodulina e a
leptina, por exemplo, é possível sentir mais fome, mesmo depois de já
ter almoçado ou jantado.
O que fazer: é importante ir ao endocrinologista para que sejam
verificados quais os níveis dos hormônios reguladores do apetite e,
assim, traçar estratégias para que haja a regulação desses níveis
hormonais. É recomendado também consultar um nutricionista, para que
seja possível seguir uma dieta saudável e que ajude a regular os
níveis hormonais, além da realização de atividades físicas.
3. Má digestão e outros problemas digestivos
Embora não seja um sinal direto de alterações hormonais, os problemas
digestivos podem indicar que se está comendo mais que o normal ou
ingerindo muitos produtos industriais. E isso, normalmente acontece
quando existe um desequilíbrio dos hormônios da fome ou da
testosterona, por exemplo.
Além disso, em caso de hipotireoidismo, também pode acontecer digestão
mais lenta e sensação de estômago cheio por mais tempo, pois a
diminuição dos hormônios da tireoide reduzem a velocidade do
funcionamento de todo o corpo.
O que fazer: nesses casos, é necessário ir ao endocrinologista, para
que sejam solicitados exames que possam identificar se a má digestão é
causada por alteração na produção de hormônios. Quando a suspeita é de
alteração nos hormônios tireoidianos, como no hipotireoidismo, é
recomendado pelo médico a realização de reposição hormonal, que é
feito com o medicamento Levotiroxina, que contém o hormônio T4, que
deve ser consumido conforme a orientação do médico.
É necessário, também, consultar o nutricionista para verificar quais
alimentos são mais indicados e que aliviam os sintomas da má digestão
e que possam ajudar a tratar a causa da alteração hormonal.
4. Cansaço excessivo durante o dia
Os hormônios da tireoide controlam o metabolismo e, por isso, se
existir uma redução na sua produção, o corpo começa a funcionar mais
lentamente, diminuindo o ritmo cardíaco e até o funcionamento mental.
Assim, é possível ter-se menos energia e sentir mais cansaço durante o
dia, além de dificuldade para pensar e se concentrar.
Pacientes com diabetes descontrolado também podem ter cansaço
excessivo durante o dia porque há muita glicose no sangue que não está
chegando em outras partes do corpo de forma adequada, gerando cansaço
e outras alterações, como dor de cabeça, dor no corpo, dificuldade
para pensar, por exemplo.
O que fazer: quando há alteração na produção de hormônios
tireoidianos, o endocrinologista indica a reposição hormonal com o
hormônio T4 e realização de exames tireoidianos regulares, assim como
no diabetes, o endocrinologista solicita exames para ver o nível de
glicose no sangue e indica uso de medicações, como a metformina e
glimepirida, ou uso de insulina. Além disso, é importante ter atenção
à alimentação, evitar o estresse e praticar atividades físicas de
forma regular.
5. Ansiedade, irritabilidade ou depressão
Este é um dos sinais mais evidentes de alterações hormonais bruscas,
como durante a Tensão Pré-Menstrual (TPM) e especialmente na
menopausa, quando as situações que antigamente eram normais começam a
provocar sintomas de tristeza, ansiedade ou irritabilidade excessiva.
O que fazer: para diminuir a ansiedade, irritabilidade ou sintomas de
depressão pode ser interessante fazer sessões de terapia, para que se
possa falar sobre o dia a dia e situações que possam favorecer a
ansiedade ou a irritabilidade, por exemplo. Além disso, é recomendada
a realização de atividades físicas, pois promovem a sensação de
bem-estar.
6. Excesso de espinhas ou acne
O aumento do hormônio testosterona é responsável por causar excesso de
oleosidade da pele e, por isso, tanto homens como mulheres podem
apresentar excesso de espinhas ou acne persistente devido à oleosidade
da pele, especialmente quando a testosterona está muito mais alta que
os outros hormônios do organismo.
O que fazer: para eliminar o excesso de espinas que surgem devido ao
aumento na concentração de testosterona e, consequentemente, aumento
da oleosidade da pele, é recomendado fazer limpezas de pele, pelo
menos 1 vez por semana, para diminuir a oleosidade da pele e, assim,
evitar o surgimento das espinhas. Também se orienta procurar o
dermatologista, pois em alguns casos é preciso fazer uso de medicações
para controle da acne.
Além disso, é importante ter atenção à alimentação, pois alguns
alimentos favorecem a produção de sebo pelas glândulas sebáceas,
levando ao aparecimento das espinhas
Dr.ª Clarisse Bezerra
Médica de Saúde Familiar
Fevereiro 2021