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RESSECAMENTO VAGINAL NA MENOPAUSA: COMO LIDAR?

RESSECAMENTO VAGINAL NA MENOPAUSA: COMO LIDAR?

O ressecamento vaginal acontece pela diminuição dos níveis de estrogênio depois da menopausa, mas existem métodos para minimizar seus efeitos.

Juliana Conte é jornalista, repórter do Portal Drauzio Varella desde
2012. Interessa-se por questões relacionadas a manejo de dores,
atividade física e alimentação saudável.

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Publicado em: 15 de outubro de 2021

Revisado em: 15 de outubro de 2021

O ressecamento vaginal acontece pela diminuição dos níveis de
estrogênio depois da menopausa, mas existem métodos para minimizar
seus efeitos.

 

A menstruação representa os anos férteis da vida mulher. Com a chegada
da menopausa, por volta dos 45 anos a 52 anos, os níveis de estrogênio
vão diminuindo até cessarem por completo. Então, até antes da última
menstruação, a mulher já pode começar a sentir ondas de calor
(fogachos), indisposição, ansiedade, redução de memória, além de
sudorese intensa. Entretanto, há um sintoma comum, mas ainda pouco
discutido pela comunidade médica e pelas próprias mulheres, seja por
vergonha ou desconhecimento: a atrofia vaginal.

Quando falamos em atrofia, não quer dizer que a vagina e a vulva da
mulher vão se fechar, não é isso. Acontece que o estrogênio tem
diversas funções importantíssimas no corpo da mulher, como regular a
distribuição de gordura e o crescimento de pelo no corpo, inibir a
reabsorção óssea, etc. Ele também estimula o desenvolvimento dos
pequenos e grandes lábios da vulva, ajudando a manter a espessura da
parede vaginal adequada, além de promover a lubrificação vaginal.
Portanto, como na menopausa os níveis de estrogênio vão diminuindo
gradualmente, a vulva e a vagina são afetadas.

“O estrogênio funciona como um lubrificante nesse sentido, porque ele
ajuda a aumentar a umidade vaginal e, de certa forma, a elasticidade.
A secura ocorre por conta dos níveis [desse hormônio] estarem
praticamente zerados. Então a sensação que a mulher pode ter é que
como se a vagina estivesse um pouco mais curta. Mas não é que ela
tenha diminuído de tamanho. É que com a redução da elasticidade, a
sensação é que a vagina fica um pouco mais apertada, tornando muitas
vezes o ato da penetração um pouco mais desconfortável”, explica a
ginecologista dra. Larissa Cassiana.

Essas mudanças, claro, alteram a libido da mulher. Com o fim do ciclo
reprodutivo, os hormônios que deixam de ser produzidos podem afetar a
vontade de ter relação sexual. Muitas mulheres, por desconhecerem
essas mudanças que ocorrem no corpo acabam achando que possuem algum
problema físico e acabam convivendo com a fantasia que serão
abandonadas pelo(a) parceiro(a). Nesses casos, o acompanhamento de um
profissional pode ajudar. Outra dica é melhorar o estilo de vida: a
prática de atividades como pilates, ioga, corrida, bicicleta, ajuda a
aumentar a disposição física e mental. Cuidar de si mesma também
favorece a autoestima, não se esqueça.

 

Ressecamento vaginal e relação sexual

Mas, obviamente, sabemos que a chegada da menopausa não significa o
fim da vida sexual, como se imaginava no passado. Hoje, felizmente, a
história é outra. Ninguém é obrigado a parar de ter relações sexuais
por conta da menopausa, pois atualmente há métodos extremamente
eficazes e nada invasivos para driblar a questão biológica e hormonal.

“A terapia de reposição hormonal pode ser indicada dependendo dos
sintomas da paciente, mas isso precisa ser muito bem acompanhado,
principalmente se há histórico de câncer. De qualquer maneira, também
há cremes vaginais à base de estrogênio com baixa dosagem que ampliam
a possibilidade de uso mesmo para quem tem histórico de alguns casos
específicos de câncer”, completa Cassiano.

Conforme a dra. Larissa explicou, há hidratantes vaginais que ajudam a
manter a vulva úmida e a manutenção do pH vaginal por 2 a 3 dias. Já
os lubrificantes à base de água também podem ser úteis, mas
diferentemente dos hidratantes, eles só deixam a vulva mais úmida
durante a relação sexual.